A USP no programa ONU HeForShe – ElesPorElas

Nos dias 19 e 20 de setembro reuniram-se na sede da ONU, em Nova York , 10 universidades selecionadas no mundo para avaliar e superar as desigualdades de gênero constantes de um relatório (#Parity Report)[i]. Elas participam do He-For-She-Eles-por-Elas da ONU Mulheres.

Estas 10 universidades representam 8 países de 5 continentes ( A USP é a única da América do Sul) que somam 700.000 estudantes e mais de 40.000 membros das faculdades  (docentes e pesquisadores).[ii]

Ao participar do HeForShe-ElesPorElas, as universidades assumiam o compromisso de avançar na igualdade de gênero e no fortalecimento das mulheres.

Uma primeira constatação mostrou a necessidade de romper as barreiras de gênero e instalar uma nova cultura, especialmente no campo da violência. Revelou também que muitos problemas são comuns e a violência atinge todas as universidades. Em nenhuma delas foi encontrada uma solução satisfatória. Ao contrário, havia uma expectativa de que do encontro surgissem novas soluções.

A ONU MULHERES busca um mundo com igualdade de gênero sintetizado num planeta que em 2030 alcance 50-50. “Ao criar o movimento de solidariedade para igualdade de gênero  (HeForShe)   a ONU MULHERES pretende engajar homens e meninos como agentes de mudança para a igualdade de gênero. HeForShe-ElesPorElas convida homens e meninos a atuarem no movimento de mulheres como parceiros iguais, elaborando e compartilhando uma visão de igualdade de gênero que beneficiará toda a humanidade”.

Concomitantemente ao encontro na ONU, realizou-se um Fórum de estudantes de várias partes do mundo, que se reuniram na Universidade de Nova York (NYU). Uma das bolsistas do USP MULHERES, Laís Nicolodi, esteve presente.  Enquanto isso, estabeleceu-se um diálogo com as estudantes Beatriz Rossi Martin, Zainne Lima, Clara Coêlho e Laís Ambiel Marachini, reunidas no USP MULHERES. Um vídeo resumo de 1 minuto pode ser visto aqui. Como se pode constatar, mais uma vez, é o problema da violência e assédio sexual o que mais preocupa os/as estudantes.

 

A USP , durante 2016, tomou várias iniciativas. Logo no início do ano os campi receberam cartazes  elaborados pelas/os alunas/os da ECA com a frase: ELAS PODEM. Era uma forma de fortalecimento das mulheres ao afirmar que elas podem usar saias curtas se o quiserem, podem ser chefes  no trabalho, podem sair  à noite, sair sozinhas, e em todos esses casos “Você deve apoia-las”. A iniciativa foi coordenada pelo Prof. Heliodoro Bastos Filho (mais conhecido como Prof. .Dorinho) , esperamos que os ingressantes de 2017 sejam recebidos com mensagens do mesmo teor.

Sobre o resultado desses cartazes foi  feita  uma pesquisa por alunas/os da ECA com 811 pessoas, 97,6% alunas e 2,4% homens. Constatou-se que a campanha foi bem recebida e estimulou várias novas propostas. Destaco, dentre elas,  maior segurança no campi, mais iluminação em certos pontos e mais ações contra abusos sexuais.

Algumas interjeições  já se iniciaram e deverão ficar prontas até o fim de 2016: um Centro de Referência  com atenção médica, legal e psicológica está sendo desenhado por estudantes e docentes da “Rede Não Cala”, além do USP MULHERES.  Está em andamento uma grande pesquisa sobre Direitos Humanos com a coordenação do prof. Gustavo Venturi e intensa colaboração de alunas  e alunos  de vários coletivos da USP.

No campo da violência de gênero, a Guarda Universitária do campus está sendo muito presente e eficiente, o que pudemos comprovar –  infelizmente – em dois casos nos quais a solicitamos. Por outro lado, desde 2015, a Comissão de Direitos Humanos da USP passou a acompanhar todos os casos de violência denunciados, recomendando procedimentos à Reitoria, quando necessário.

Da reunião de Nova York,  o Prof Antonio Carlos Carlotti ( Pró- Reitor de Pós-Graduação), a Profa. Maria  Herminia Tavares de Almeida ( Ouvidora da USP)  e eu trouxemos várias sugestões,  que em próximo artigo procurarei apresentar.

Eva Alterman Blay

Profa. Titular

Coordenadora do USP MULHERES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

São Paulo, 28 de setembro, 2016

 

[i] HeForShe Impact 10x10x10 reúne 10 lideres em diferentes setores, 10 Chefes de Estado, 10 Universidades.

[ii] Georgetown USA) ,   Hong Kong University, Leicester ( UK), Nagoya ( JapÃo) ,Oxford ( UK), Science Po (France), Stone Brook USA) , Waterloo ( Canadá), Wits (Africa do Sul)  e USP (Brasil).

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Phumzile Mlambo-Mgcuka – diretora executiva da ONU Mulheres no MOMA dando seu discurso no aniversário de dois anos do HeForShe.

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Participantes do aniversário de dois anos do HeForShe no MOMA, cidade de Nova York. Da esquerda pra direita: Bob Moritz, Phumzile Mlambo-Mgcuka, Edgar Ramirez, Emma Watson, Chirlane McCray, Sauli Niinisto e Samuel L. Stanley Jr.