Representantes da USP participam de evento sobre gênero da Unión Iberoamericana de Universidades (UIU)

Durante quatro dias, docentes, pesquisadoras e servidoras técnicas da USP discutiram temas sobre universidade e gênero 

Por Luana Siqueira e Prislaine Krodi dos Santos

Revisão Elaine Castilho

Entre os dias 9 e 12 de novembro, aconteceu a “Escuela UIU Género y Feminismos”, como parte das atividades da Unión Iberoamericana de Universidades (UIU). Além da Universidade de São Paulo (USP), a UIU é composta pela Universitat de Barcelona (UB), a Universidad Complutense de Madrid (UCM), a Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) e a Universidad de Buenos Aires (UBA).

Esta edição da Escuela foi organizada pela Universitat de Barcelona no formato híbrido e contou com a participação virtual de 21 representantes da Universidade de São Paulo. Devido a seu formato e temática, as mesas de discussão foram destinadas exclusivamente para as(os) profissionais técnicas(os) e acadêmicas(os) vinculadas(os) às estruturas que trabalham com os temas de igualdade de gênero nas cinco universidades integrantes da rede. 

A Escuela UIU Género y Feminismos foi estruturada em quatro módulos que contaram com exposições e workshops ministrados por membros das universidades participantes. Desta forma, além de Adriana Alves, coordenadora em exercício do Escritório USP Mulheres, e de Prislaine Krodi dos Santos, psicóloga responsável pela área de Programas do Escritório, foram convidadas(os) representantes de diferentes unidades e órgãos da USP que pudessem contribuir com um panorama diverso da questão de gênero na Universidade e refletir sobre os avanços necessários em diferentes frentes. Destacam-se as participações de representantes da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG), do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (EGIDA), da Comissão de Direitos Humanos da USP (CDH), da Superintendência de Assistência Social (SAS), do Núcleo de Estudos da Violência (NEV), da Associação dos(as) Pós-Graduandos(as) da Universidade de São Paulo (APG-USP/Capital), do movimento Parent in Science e da Rede Não Cala. Participaram também docentes e pesquisadoras da temática de gênero vinculadas às unidades da USP: Faculdade de Medicina (FM), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Instituto de Psicologia (IP) e Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP).

Entre os temas discutidos no encontro estão as políticas de igualdade e de transformação de gênero na universidade; a pesquisa acadêmica e a docência na perspectiva de gênero; e, finalmente, as implicações das violências de gênero para as universidades.

À USP coube a organização do módulo sobre pesquisa em perspectiva de gênero. Após a apresentação institucional feita pela professora Adriana Alves, coordenadora do Escritório USP Mulheres, a professora Marcia Thereza Couto, da Faculdade de Medicina (FM), fez uma exposição trazendo dados sobre o cenário brasileiro e a USP diante da situação de (des)igualdade de gênero na pesquisa científica e nas instituições acadêmicas, destacando os desafios, avanços e a importância de considerar sexo e gênero nas pesquisas e publicações científicas. As informações apresentadas sobre a USP contaram com a colaboração do EGIDA, do artigo Sexismo científico: o viés de gênero na produção científica da Universidade de São Paulo e dos trabalhos realizados pela equipe da área de Pesquisas do Escritório USP Mulheres, coordenada pelo sociólogo Rodrigo Correia do Amaral. 

Outros aspectos abordados durante a Escuela foram: o feminismo na América Latina e os movimentos e a participação da juventude; o papel das Instituições de Ensino Superior e da educação na transformação da sociedade; a essencialidade de dados em perspectivas interseccionais para a análise da desigualdade de gênero nas carreiras acadêmicas; a participação das mulheres em cargos de liderança e nas áreas STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e os protocolos de atuação e prevenção de casos de violência de gênero contra as mulheres. Por fim, o desafio de transversalizar a temática de gênero nas políticas universitárias, incluindo seus currículos e a formação de seu corpo discente, docente e funcional, foi ponto comum a todas as universidades da UIU. 


A UIU

A Unión Iberoamericana de Universidades (UIU) é um convênio firmado entre cinco universidades públicas a partir de duas alianças já existentes: a Alianza Académica Latinoamericana, formada por UBA, UNAM e USP; e a Alianza Estratégica, convênio entre UB e UCM; ambas estabelecidas no ano de 2014.

Em junho de 2016, os reitores que ocupavam o posto nessas cinco instituições com ampla tradição em ensino e pesquisa, e reconhecidas socialmente em seus respectivos países, assinaram um convênio com o propósito de desenvolver ações acadêmicas conjuntas, objetivando promover a cultura universitária iberoamericana no mundo.

Os objetivos da UIU concentram-se no fomento da colaboração através do intercâmbio discente e docente, e da realização de projetos conjuntos tanto de pesquisa como de ensino.

A UIU vem, há cinco anos, realizando atividades entre as universidades conveniadas. Até o momento, foram realizadas outras seis Escuelas, como são chamados os encontros no formato de workshop voltados a estudantes e docentes para discutir várias temáticas, tais como doenças transmissíveis, cidades inteligentes, biodiversidade, patrimônio cultural e museus, estudos hispano-portugueses e inovação educativa.

 A UIU mantém os comités “Igualdad de Género” e “Ética y Universidad”, que fazem reuniões periódicas. O Escritório USP Mulheres representa a USP no primeiro comitê.  

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